Durante 20 anos, até 1909, Gurdjieff, nascido em 1866 (ou 1877?) em Alexandropol, no Império Russo, buscou intensamente uma Verdade que sabia existir, mas que estava escondida em lugares quase inacessíveis. Até que depois de grandes aventuras pelo oriente, junto com companheiros de busca, entrou finalmente em contato com os portadores do Conhecimento que tanto almejara.

Antes da Primeira Guerra Mundial, Gurdjieff começou na Rússia o trabalho de difusão das ideias que infatigavelmente buscara em outras regiões do oriente, e dos Movimentos, que executava e ensinava com maestria como um verdadeiro “Mestre de Danças”, como então era conhecido. Em 1917, a Rússia, já sofrida com a Guerra, foi destroçada pela Revolução comunista, o que obrigou Gurdjieff e alguns de seus discípulos a se retirarem para Constantinopla e depois seguirem para Berlim, Londres e finalmente Paris e Fontainebleau, na França, cidade onde iria fundar, em 1922, no Castelo do Prieuré, o famoso Instituto para o Desenvolvimento Harmônico do Homem.

Gurdjieff faleceu em 1949 e nos deixou como legado vários discípulos e livros escritos de próprio punho, para que pudéssemos conhecer outro mundo, muito além do mundo efêmero e limitado que constitui nossa vida diária neste planeta. A linguagem simbólica que usou em seus livros é um estímulo constante para nos aprofundarmos em suas ideias através de uma conexão com níveis mais finos do universo e de um pensar ativo.

Estavam abertas as portas para que o seu Ensinamento se difundisse pela Europa, Estados Unidos e depois pela América latina. Foi assim, como por Milagre, que esses Ensinamentos, reunidos também magistralmente em uma linguagem ocidental por Ouspensky, um de seus discípulos, em um livro intitulado em inglês Em Busca do Milagroso (In Search of the Miraculous), chegaram até nós, através dos irmãos Raful.

No princípio, sob a direção do Dr. Conge, discípulo direto de Gurdjieff, falecido em 1984, a quem se reportavam constantemente indo a Paris, e depois baseados no trabalho sobre Si mesmos, os dois irmãos nos encantaram por anos e anos com práticas de interiorização, Movimentos gurdjieffianos e outros trabalhos corporais, e uma infinidade de ideias e textos, sempre em evolução, adaptados aos novos tempos, para que pudéssemos realizar dentro de nós mesmos nossa verdadeira razão de Ser neste mundo.

Há uma qualidade que vem do Alto, de um mundo muito mais fino, que faz parte de nós desde que nascemos, mas que, devido ao inevitável processo de educação dos seres humanos, que nos submete a estarmos sempre correndo atrás dos nossos insaciáveis desejos, nos afasta da nossa profundidade. Mergulhando no nosso Ser, deixamos de ser prisioneiros do falar incessante da nossa mente, comandada por uma falsa realidade, pelas inúmeras demandas do nosso corpo, e vamos ao encontro da Força de Existir, da Paz profunda, da Luz que passa a iluminar todo o nosso Ser.

Nossa infinita gratidão ao querido Mestre Paulo Raful, falecido em setembro de 2019, pela infatigável jornada ao nosso lado, sempre nos estimulando a seguir adiante, a abrir nossa mente para a entrada da Luz e nosso peito para a bênção do Amor, a ir muito além da mente e do corpo, a nos conectar com a finíssima vibração Divina que está adormecida no fundo do nosso SER.

Gratidão imensa ao Mestre Lauro Raful, que continua ao nosso lado, trazendo sua energia vibrante para nos estimular a continuar o trabalho dentro da nossa Escola, a realizar dentro de nós a Santíssima Trindade: Existência, Consciência e Amor.

À toda a linhagem gurdjieffiana, de quem somos filhos infinitamente gratos, nosso eterno AMOR!

Alunos da Escola Gurdjieff Lauro e Paulo Raful